Arroyo, Stephen. Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos. São Paulo, Pensamento, 2013.

 

Como indica o próprio título, o livro trata das abordagens usuais da astrologia e do seu uso combinado com a psicologia, o que voltou a recrudescer na primeira metade do Séc. XX, especialmente a partir de uma nova astrologia combinada com a psicologia científica. Baseia-se mais numa astrologia de personalidade e do autoconhecimento do que da arte da divinação. Talvez trate de uma maneira mais apropriada da necessidade dos seres humanos de trazer sentido para suas vidas, uma vez que é retomada a importância, neste contexto, de uma astrologia que oferece “uma prática e vital mitologia para nossos tempos” (p.24). Por isso, em sua segunda parte, o livro trata da antiga e renovada exploração dos elementos fogo, ar, água e terra como formas de enriquecer e aprofundar simbólica e energeticamente a leitura astrológica da personalidade e dos trânsitos.

 

1. Paradigmas na ciência e na psicologia e a astrologia

Os seres humanos, em função de vários tipos de alienações, têm hoje uma necessidade fundamental de restabelecer contato com tradições de profundo sentido a fim de recuperar saúde psíquica. Isso deve-se a um movimento de saída da visão de natureza como máquina dos Sécs. XVI ao XIX, a volta da visão da natureza como organismo vivo do final do Séc. XX  e, possivelmente, uma visão psicológica, isto é, de sentido profundo, no Séc. XXI.

Na era da máquina tem ocorrido fragmentações fundamentais na visão humana de si mesmo e da natureza, como as dissociações entre mente e corpo, personalidade e natureza, intelecto e senso de sentimento e intuição, nas várias abordagens, sejam intelectuais, religiosas, econômicas e políticas.

Já os movimentos orgânico e psicológico demandam teorias unificadoras. O autor ressalta que a astrologia é uma dessas teorias unificadoras, um modelo de ordem e unidade que poderia estar faltando à psicologia científica.

O interesse crescente pela astrologia reside no fato de que as pessoas sentem nela a possibilidade de recuperar ordem e significado em uma vida aparentemente caótica e sem sentido, representada pela visão mecanicista do mundo.

Talvez a maior contribuição dentro da psicologia para uma virada da visão mecanicista para a visão orgânica e psicológica tenha sido dada por Jung. Dentre suas muitas contribuições, as que mais colaboram para um novo modelo de ordem, unidade e sentido diga respeito as teorias de arquétipos e do seu “repositório” fundamental na mente humana: o inconsciente coletivo. Às forças que moldam desde os primórdios a mente e o inconsciente humano Jung denominou arquétipos, modelos antigos simbólicos que sintetizam aspectos psicológicos e mitológicos. Os arquétipos são temas de destino insubstanciais capazes de unificar populações e civilizações em torno de ideias e ideais. Os deuses mitológicos, tão ricamente explorados por Joseph Campbell, da mesma forma como são os planetas e signos na astrologia, unificam-se mediante essa ideia de arquétipos de Jung.

Isso recoloca a astrologia num novo papel, não mais apenas como indicador de destinos, mas como meio de compreensão da natureza humana fundamental, nosso lugar no universo e como forma de nos ajudar a viver vidas mais plenas e criativas. É como se a astrologia pudesse ser uma mitologia que possa ser usada conscientemente. Uma unidade de processos entre céu e terra, cosmos e humanidade, princípios universais operando no macro e no microcosmo. Nas palavras de Jung: “A astrologia consiste de configurações simbólicas do inconsciente coletivo, que é o assunto principal da psicologia; os planetas são deuses, símbolos dos poderes do inconsciente”.

2. Abordagens da astrologia

2.1. Causal

A abordagem causal preconiza que os aspectos cósmicos, especialmente as posições planetárias, influenciam os sistemas humanos, especialmente o sistema nervoso.

2.2. Simbólica

Essa abordagem sugere que planetas e signos são símbolos de processos cósmicos e princípios universais. Por exemplo, signos podem, entre tantas outras questões, sugerir analogias com os processos das estações do ano e estas, por sua vez, sugerir posturas ou atitudes psicológicas. Também os signos podem ser usados como um alfabeto simbólico relacionado à própria imagem do signo zodiacal correspondente.

2.3. Holística

O holismo preconiza que o todo está nas partes, na medida em que os todos menores possuem estruturas, padrões e funções que correspondem à estrutura, padrões e funções dos todos maiores (e vice-versa). Assim, é esperado que o funcionamento do cosmos ou, mais especificamente, do sistema solar tenha correspondência nos sistemas humanos. Jung chama este tipo de correspondência a-causal de sincronicidade. Mais especificamente, a psicóloga Zipporah Dobyns acredita existe sincronicidade entre seres humanos e planetas. Porém, o papel dos planetas “de manter ou criar a ordem é mínimo em comparação com o valor deles como um mapa ou esquema da ordem”. Ou seja, os planetas não criam a ordem humana, eles são um mais como um mapa útil para reconhecer a ordem humana. Segundo Rudhyar, “a astrologia é uma maneira de estudar e compreender o arranjo ou a organização de algumas poucas funções e impulsos essenciais existentes em qualquer todo de atividade organizada”.

2.4. Energia

Essa abordagem lida com as energias essenciais (fogo, ar, água, terra) e os padrões de energia que operam nos indivíduos. Essas energias são simbolizadas pelos planetas e signos, e seus relacionamentos fazem emergir a ordem. “A missão mais elevada da astrologia, em termos das necessidades cruciais do homem moderno, é apresentar uma prova da existência de uma ordem harmônica ao nível psicológico”. (Alexander Ruperti)

3. Psicologia humanística e astrologia humanística

A psicologia humanística, e as psicologias positiva e transpessoal em especial, partem do princípio da confiança na unidade e no potencial de crescimento de cada ser humano, do sentido de criatividade na sua vida e da importância das experiências transcendentes, místicas ou transpessoais.

A astrologia humanística, principalmente o trabalho de Dane Rudhyar, busca a experiência centrada na pessoa, e não centrada no evento. Essa abordagem usa a linguagem dos movimentos cíclicos dos corpos celestes como símbolos que transmitem para os seres humanos uma compreensão direta e de aplicação prática de padrões básicos que estruturam a existência individual e coletiva. “Mostrar ao homem a significação de sua vida é o que de mais importante a astrologia pode fazer.”

A predição, nessa visão, ainda tem um lugar, mas deixa de ter o objetivo de abordar um ato de destino determinístico e sem significado para tornar-se uma oportunidade de experimentar e integrar novos aspectos significativos da vida. Isso poderia ser chamado de aprendizagem com os eventos e fases da vida.

O que foi dito com relação a abordagem humanística orienta conselheiros, consultores astrológicos, astroterapeutas e mesmo educadores de astrologia no sentido de ajudar a colocar a pessoa aconselhada ou o educando em linha com a verdade da sua natureza mais profunda, ao invés de tentar modelá-la para que se enquadre numa teoria de como ela deveria ser.

4. A astrologia como uma linguagem de energia

Um primeiro aspecto a destacar sobre as escolhas da astrologia é o de que a escolha da primeira respiração como momento exato para traçar o mapa natal resulta da conclusão de que é nesse momento que o organismo humano recém-nascido começa a trocar energia como o universo, de uma maneira imediata, sem ser diretamente influenciado pelas energias da mãe.

Depois destacam-se que os quatro elementos (fogo, ar, água, terra) são blocos básicos para construção de estruturas materiais e de todos orgânicos, sendo um protoalfabeto útil para a alquimia de alma dos seres humanos. Já os signos zodiacais são como “campos” desses tipos de energias, ou padrões arquetípicos, ou ainda princípios formativos universais.

4.1. Signos

Cada um dos doze signos zodiacais possui características próprias em função do seu elemento e ainda de outras modalidades classificatórias, como ritmo (cardeal, fixo, mutável) e polaridade (positiva ou negativa).

Os signos cardeais ( ♈ áries, ♋ câncer, ♎ libra, ♑ capricórnio) representam a força centrífuga radiante e estão relacionados com ação numa direção definida. Os positivos, ♈ e ♎, ação no presente baseado em considerações futuras. Os negativos, ♋ e ♑, mais ligados ao passado.

Os signos fixos (♉ touro, ♌ leão, ♏ escorpião, ♒ aquário) representam a energia centrípeta, isto é, a energia radiada para dentro, na direção de um centro.

Os signos mutáveis(♊ gêmeos, ♍ virgem, ♐ sagitário, ♓ peixes) representam o princípio da harmonia por meio de padrões espiralados de energia. ♊ e ♐: espiral para cima, futuro; ♍ e ♓ espiral para baixo, passado.

4.2. Planetas

Os planetas do sistema solar (☼ Sol, ☾ Lua, ☿ Mercúrio, ♀ Vênus, ♂ Marte, ♃ Júpiter, ♄ Saturno, ♅ Urano, ♆ Netuno, ♇ Plutão) representam forças básicas, modulações ou regulação das funções de energia, manifestando-se como funções psicológicas fundamentais, impulsos, necessidades e motivações. Um planeta posicionado em um signo representa estímulo primário no campo de energia dos signos. São princípios ativos que formam o caráter e motivos tipos de autoexpressão mental, emocional, físico e espiritual. Em termos antigos, planetas são também deuses e mitos.

Na astrologia psicológica, são divididos em três grupos:

  1. ☼ Sol, ☾ Lua, ☿ Mercúrio, ♀ Vênus, ♂ Marte: dos fatores básicos pessoais, que são forças que podemos dirigir ou modificar, conscientemente, até certo ponto e que caracterizam os traços mais óbvios de personalidade e anseios mais fortes do indivíduo – ☼ Sol como senso de individualidade e autoidentidade, ☾ Lua como maneira de reagir espontaneamente, baseada em reações condicionadas no inconsciente pessoal, ☿ Mercúrio como habilidade para raciocinar e trocar ideias, ♀ Vênus como necessidade e capacidade para amor e relacionamento íntimo e ♂ Marte para impulso de ação, autoafirmação e experiência sexual;
  2. ♃ Júpiter, ♄ Saturno: fatores coletivos e motivações mais profundas, inconscientes – ♃ Júpiter necessidades superconscientes, aspirações futuras, senso de aventura, riscos assumidos e crescimento pessoal, ♄ Saturno aspectos subconscientes relativos a correntes mais profundas de estabilidade, tradição e segurança;
  3. ♅ Urano, ♆ Netuno, ♇ Plutão: as mais profundas fontes de mudança na vida, dimensões transcendentes de experiência, energias mais sutis, fatores transpessoais e energias transformadoras que operam dentro da vida, modos funcionais do inconsciente coletivo.

Para o autor 1) planetas indicam dimensões específicas de experiência, 2) signos indicam qualidades específicas de experiência, 3) casas indicam campos específicos de experiência, nas quais as energias dos signos e dos planetas e, 4) aspectos (ou relacionamento angulares entre os planetas) revelam como as várias dimensões de experiência são integradas. Esses quatro fatores incluem o alfabeto astrológico, e a arte de combinar essas letras resulta na linguagem de energia da astrologia.

5. Os quatro elementos

Fogo e ar são considerados ativos, autoexpressivos, ligados à consciência, masculinos, representantes de energias manipulativas e expansivas ou yang. Água e terra passivos, receptivos, autorrepressivos, ligados ao inconsciente, femininos, conservadores, intensivos ou yin.

5.1. Fogo

Irradiante, excitável, entusiástico, núcleo dinâmico da energia psíquica, fluidez espontânea, inspiração, automotivação, identidade pessoal, egocentrismo, impessoalidade, canal de vida, orgulho, decisão, fé em si, honestidade direta, necessidade de liberdade, insistência nos próprios pontos de vista, vontade, simplicidade, energia infantil, cativante, ofensiva, agressiva, deliberação, pressa, velocidade, rapidez, impaciência, espalhafatoso, desejo.

5.2. Ar

Respiração, prana, ideias arquetípicas, pensamento, conceitos, linhas geométricas de força, mente, racionalidade, não materialidade, sonhos, social, relações teóricas, artes, palavras, abstração, ponto de vista imparcial, objetividade, perspectiva, desapaixonamento, não envolvimento, excentricidade, fanatismo, não aceitação das limitações corpóreas, opiniões, liberdade, ponderação.

5.3. Água

Sentimentos, emoção, reações, paixões compulsivas, temores irresistíveis, aceitação, amor, inconsciente, intuição, sensibilidade, empatia, desejos, ausência de solidez e forma própria, permissão à canalização por outros, aversão à turbulência e personalidade forte, proteção, segurança, reservado, sensacionalista, vulnerabilidade à mágoa, influenciável, anseios mais profundos da alma, sutileza de percepção, lentidão, dor.

5.4. Terra

Sentidos físicos, realidade do aqui e agora, materialidade, raciocínio prático, formas, paciência, autodisciplina, adaptação, necessidades básicas, suprimento, persistência, objetivos práticos, resistência,  cuidado de si mesmo, direto diante do perigo ou ameaças, eficiência, praticidade, cautela, premeditação, convencionalidade, fidelidade, suspeita, dúvida, aquisitividade, retenção, autoproteção, rotina, ordem.

6. Personalidade

O elemento do signo ocupado pelo sol revela “de onde você está vindo”, ou seja, onde a consciência está enraizada, com qual reino de experiência e de qual campo de atividade e existência o indivíduo retira forças e pelo que se motiva. Os signos de ar são motivados por conceitos intelectuais, de água por anseios emocionais, de fogo por inspirações e aspirações e terra por necessidades materiais. Tal elemento representa o requisito mais importante para reposição de combustível, já que é a energia primária que está sendo constantemente esgotada.

Ainda merece consideração a maneira de lidar com cada energia: a água precisa de firmeza, o ar de constância, o fogo de serenidade e a terra de generosidade jovial.

A cura e o trato dos desequilíbrios têm uma abordagem característica quando se trata da abordagem energética. Como a doença não é material, mas, antes, o resultado de uma interferência na circulação desimpedida da energia, a restauração do equilíbrio envolve tornar livre essa circulação e operar a integração harmoniosa e integrada das forças que constituem o estado de saúde. Por meio da astrologia é possível verificar quais elementos estão excessivamente enfatizados, faltantes ou desequilibrados ou quais podem ser causa de problemas físicos e mentais.

7. Os elementos na interpretação

Um desequilíbrio dos elementos pode ser bastante marcante na vida de um indivíduo. Ela não muda apenas por discussão do problema, mas a ciência do desequilíbrio pode levá-la a procurar campos de atividade ou pessoas que possam ensiná-la nesses aspectos fundamentais de desequilíbrio. Do mesmo modo, uma ênfase exagerada tende a supervalorizar certas áreas de experiência, de modo que pode haver uma maior probabilidade de a pessoa elaborar um trabalho de reequilíbrio disso.

Outro aspecto a destacar é que os elementos dominantes são aqueles marcados, em primeiro lugar, pela posição de Sol, Lua e Ascendente, depois pelos planetas pessoais Mercúrio, Vênus e Marte. No entanto, o autor dá um lugar especial para o elemento onde se coloca o planeta do signo ascendente. Por exemplo, se o ascendente é Libra, cujo planeta regente é Vênus, onde se coloca Vênus. Vamos supor Vênus em câncer. Logo, o elemento do regente do ascendente é água (câncer, elemento água).

7.1. Desequilíbrios

Pode haver no mapa de uma pessoa desequilíbrios básicos de cada um dos elementos: desequilíbrio de fogo, desequilíbrio de ar, desequilíbrio de água ou desequilíbrio de terra. Pode também ocorrer ênfases autoexpressivas (excesso de fogo+ar) ou autorrepressivas (excesso de água+terra) ou outras combinações (ar+água, ar+terra, água+fogo, terra+fogo).

7.2. Aspectos e relacionamentos

Dos vários pontos que se pode discutir sobre aspectos e relacionamentos entre planetas, vale ressaltar que planetas que se inibem, estando desse modo “um no caminho do outro”, precisam fazer com o que o indivíduo satisfaça ambas necessidades para sentir estar vivendo uma vida plena. Não significa que será bem sucedido na resolução do dilema, mas seu esforço é pertinente no sentido de ampliar a compreensão de si mesmo e da vida em geral. Um conflito verdadeiro nunca é solucionável no mesmo nível de consciência onde é experimentado. Quando o indivíduo cresce em percepção até poder ver ambos lados e uma questão é que ele começa a se dissolver.

7.3. Os planetas nos elementos

Planetas representam princípios específicos de troca de energia entre o indivíduo e o suprimento universal de toda a energia. Representa o suprimento em relação à necessidade do indivíduo daquela mesma energia. Por exemplo, ☿ Mercúrio não só representa um anseio de expressar pensamentos por meio verbal ou manual, mas também mostra a necessidade que o indivíduo tem de ser compreendido pelos outros afinados com as ideias e a necessidade de aprender recebendo ideias e informações vindas do meio exterior (indivíduo ç è pensamentos ao/do exterior). Simboliza o desejo de estabelecer comunicação recíproca, de obter um influxo por meio da percepção e de um efluxo de inteligência por meio da perícia, fala e destreza manual. Isto é, troca de conceitos, característico do elemento ar. A seguir o mesmo raciocínio para demais planetas:

♀ Vênus: dar e receber amor, afeto, prazer sensual e atenção para com os outros. O elemento onde está Vênus demonstra como revelamos nossos sentimentos.

♂ Marte: energia que a pessoa procura para se autoafirmar ou expressar o poder afirmativo. O elemento onde está Marte também demonstra o tipo de energia que alimenta sua excitação física e o modo pelo do qual expressa agressividade.

☾ Lua: mostra como se reage instintivamente, com qual energia a pessoa se ajusta espontaneamente ao fluxo da vida. Lua em ar, reage primeiro pensando. Em água, a reação é colorida pela emocionalidade. Em fogo, com entusiasmo e ação direta com decisão, frequentemente de maneira impaciente. Em terra, de maneira firme, sólida, positiva, eventualmente nervosa.

♃ Júpiter: refere-se a tipos de experiência e modo de atividade em que está envolvida a fé interior, a autoconfiança, em unidade com o Universo, a graça, a benção. Representa o reservatório de vitalidade que flui com abundância e naturalidade, ou mesmo excessivamente.

♄ Saturno: envolve inibição, bloqueio, limites, gargalos, desafios, esforço. Indica problema de aceitação plena, sem medo, do nível de experiência experimentado pelo elemento. O medo é consequência de rigidez em um velho padrão, que outrora pode ter sido importante para algum propósito. O esforço apontado por Saturno é necessário para abrir o canal de transformação e ultrapassagem do bloqueio presente. Exige esforço escrupuloso e trabalho paciente.
Saturno em água pode referir-se ao medo de expressar-se emocionalmente. Nesse caso, exige desamarrar-se, abandonar-se, aceitar-se. Em ar, necessidade de estabilizar a compreensão das coisas. Em fogo, necessidade de estabilizar ou expressar identidade. Em terra, estabilizar a eficiência.

7.4. Sinastrias

Sinastria é a comparação ou análise combinada de mapas. Essa arte é essencialmente uma análise de como as energias de duas pessoas se intercambiam. Do ponto de vista de harmonia, revela como e quando duas pessoas são capazes de alimentar ou bloquear o campo de energia uma da outra. Quando se trata de pais e filhos, é tido que a criança gravitará em torno do progenitor de mais alimenta seu campo energético. Caso não ocorra com nenhum dos pais, poderá resultar em uma criança débil e nervosa.

Mesmo que não haja equilíbrio, pode ocorrer de alguém que tenha elemento dominante estar em um relacionamento com outra pessoa em este seja faltante, resultando num aprendizado potencial. Isso pode levar a uma percepção maior das necessidades de desenvolvimento futuro e apreciação das qualidades do outro num reino que é estranho.

8. Casas

As casas e os mapas como um todo das pessoas sempre mostram o estado interior e a experiência pessoal muito mais claramente do que as circunstâncias ambientais. Por isso é que muitas predições astrológicas não se realizam, pois estão baseadas na pressuposição de que o mapa mostre “o que vai acontecer”. A verdade é que o mapa mostra “o que a pessoa vai experimentar”.

8.1. Classificação das casas

As casas contêm uma progressão que vão das casas angulares, para casas sucedentes e depois para casas cadentes, tornando a volta a angular, simbolizando um fluxo de experiência da vida: 1) agimos e consolidamos o resultado das nossas ações (AÇÃO) para 2) obtermos segurança (SEGURANÇA) e 3) aprendemos pode meio daquilo e que fizemos e também passamos a ter percepção do que resta para ser feito (CONHECIMENTO); e, novamente, 1) tornamos a agir.

As casas de água (4, 8, 12) simbolizam os mais íntimos anseios da alma, pois indicam o processo por meio do qual o resíduo emocional, proveniente do passado, é expurgado antes que a alma possa se expressar clara e ativamente. Palavras-chave: EMOCIONAL E ALMA.

As casas de terra (2, 6, 10) estão associadas ao nível de experiência em que tentamos satisfazer nossas necessidades no mundo prático. Palavra-chave: MATERIAL.

As casas de fogo (1, 5, 9) relacionam-se com a experiência de estar vivo, simbolizando “derramar energia” no mundo e representando aspirações e inspirações. Palavra-chave: IDENTIDADE.

As casas de ar (3, 7, 11) estão associadas não apenas com os contatos sociais e relacionamentos de todos os tipos, mas também com conceitos. Palavras-chave: SOCIAL e INTELECTUAL.

 

 

Nível de experiência

Modo de expressão

Fogo: Identidade Terra: Material Ar: Social e Intelectual Água: Alma e Emocional
Angular: Ação 1) identidade autodirigida 10) ação material 7) ação social e intelectual 4) ação emocional ou no nível da alma
Sucedente: Segurança 5) segurança da identidade 2) segurança material 11) segurança social e intelectual 8) segurança emocional ou para a alma
Cadente: Conhecimento 9) conhecimento no nível da identidade 6) conhecimento das questões materiais 3) conhecimento intelectual e social 12) aprendizado emocional ou no nível da alma

 

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